E ainda querem nos fazer acreditar no contrário!

 Acabo de encontrar uma reportagem que conta a triste história de destruição da Serra do Caraça(que por sinal é aqui na região onde moro), e resolvi blogar aqui este depoimento,por dois motivos:
Primeiro,por ser um depoimento de uma pessoa conhecida e respeitada por seu trabalho;
E segundo,porque,quando somos nós simples moradores da região que reinvidicamos e divulgamos o descaso e a destruição provocada por essas mineradoras em busca de desenvolvimento,somos considerados apenas mais um contra o progresso...

Deixo então para que vocês caros leitores tirem suas próprias conclusões:


O Caraça ameaçado?(Por Sérgio Abranches,do Ecopolítica)



Recebi esse depoimento de viagem pela Serra do Caraça e a Estrada Real. Patrimônios naturais e turísticos sob ameaça permanente. A mineração em topo de montanha acaba de ser proibida no EUA.



Meu caro Sérgio



Em janeiro deste ano estive em viagem com minha família por Minas Gerais. Pretendia levá-los a conhecer a Serra do Caraça e a Estrada Real por onde havia passado há 23 anos de motocicleta. Lembrava-me de estrada de terra de difícil acesso em certos trechos. Soube que a estrada havia sido asfaltada o que me prenunciou algo negativo. Estranhamente em nosso país, melhoria de estradas está sempre associada a destruição. E esta foi mais uma comprovação desta triste realidade. O mosteiro da serra do Caraça está encravada em um local rodeado por montanhas por todos os lados, o que faz do lugar uma reserva natural importantíssima para a região com presença de onças, lobos guarás e inúmeros outros animais anteriormente comuns em nossa mata Atlântica.



Por lá fui alertado para a destruição que ocorria do outro lado daquelas montanhas devido à ação de grandes mineradoras.



Finda nossa estadia no mosteiro, seguimos pela Estrada Real em direção ao sul. Meu amigo, a destruição é muito maior do que se pode imaginar. Montanhas totalmente destruídas, montanhas de rejeitos sendo criadas e mares de lama a perder de vista.



As pontes históricas do século XVIII foram encobertas pelas pontes de concreto recém construídas, a menos de 2 metros de distância, para servirem ao tráfego de caminhões carregados de minérios. Uma cena de desolação para quem conhecia a estrada há 2 décadas que me fizeram lembrar cenas do filme Avatar. Será que não haveria forma menos predatória de extrair minérios do sub-solo sem comprometer área tão extensa a seu redor? Na realidade vemos apenas parte dos danos ambientais causados. Flora e fauna será profundamente afetados por esta ação que comprometerá muitos quilometros a jusante dos rios.



Os fins justificam os meios?


Oscar Bressane – é arquiteto paisagista e viajou por muitas regiões do Brasil, como membro da equipe de Roberto Burle Marx, em expedições de coleta de plantas e estudo de meio. As fotos são dele.



FONTE: (Envolverde/Ecopolítica)

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