Desmatamento na Amazônia recua 82%

O desmatamento na Amazônia Legal caiu 82% entre agosto e dezembro de 2008 em relação ao mesmo período do ano passado. O levantamento foi realizado pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) e apresentado ontem pelo Ministério do Meio Ambiente.

O período se refere ao início do calendário oficial de desmatamento, que começa em agosto e termina em julho do ano seguinte. Nesses meses, foram desmatados cerca de 3,5 mil quilômetros quadrados na região. O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) atribuiu o resultado às ações do governo e disse que ainda não houve impacto da crise econômica, que só deve ajudar a reduzir o desmatamento neste ano.
Segundo o ministro, há uma relação entre a queda no preço dos produtos agropecuários no mercado internacional, que despencaram a partir de outubro, e a queda no desmatamento. Esse feito, no entanto, tem uma defasagem de um ano para outro. "Não achamos razoável atribuir essa queda à crise, cujo efeito maior será a partir de abril", afirmou Minc.
O governo espera que neste ano o desmatamento fique abaixo de 10 mil quilômetros quadrados pela primeira vez na história, queda que será influenciada pela crise. O menor patamar até hoje foi verificado em 1991, quando cerca de 11 mil quilômetros quadrados foram desmatados.
"Não estamos eufóricos. O nível de desmatamento ainda é intolerável", afirmou o ministro. "Caiu muito, mas ainda está muito alto." O ministro afirmou também que o resultado não pode ser atribuído ao aumento de 30% nas nuvens da região, que diminuem a área observada pelos satélites de monitoramento, já que o percentual de queda no desmatamento é muito maior.
O governo observou também uma pulverização no desmatamento na região. Devido à ação do Ibama e da Polícia Federal, os desmatadores têm procurado agir em regiões menores, para não despertar a atenção das autoridades. "As pessoas têm optado por fazer desmatamentos pequenos, mesmo que na mesma região. Com isso, o combate fica mais difícil", afirmou o ministro.

Fonte: www.jornalagora.com.br

Comentários